Actualmente o conceito de lugar de trabalho dissipou-se por todos os lugares conectáveis à internet. Ficamos portanto à vontade para levar algum trabalho para casa, quando assim tem de ser.
Acontece que nem todas as casas têm a biblioteca de se desejaria, ou aquele quarto extra para um escritório. Assim sendo, é necessário criar uma “bolha” de espaço de trabalho inserido num espaço comum.

Do ponto de vista da organização do espaço, esse lugar deve ser intimista, com bastante luz natural, e com arrumação apropriada.

Seja uma pequena secretária ou uma mesa redonda, o espaço circundante deve estar limitado para que não se misture com o espaço comum adjacente, e por isso dar uma ideia desarrumada ao interior da casa. Em geral há estantes que com os livros criam a barreira visual e acústica interessante do ponto de vista estéctico, estantes essas sem o carácter metálico e frio dos escritórios comuns. A falta de espaço pode levar-nos a utilizar materias e textura que, nas paredes, ajudam a delimitar, ainda que visualmente, os espaços.
Para ajudar nesta tarefa, cada vez mais os gadjets informáticos e os laptops substituem os antigos computadores de secretária, e cada vez mais os ficheiros guardados na cloud permitem que menos espaço físico seja ocupado.

Por isso resta dar largas à imaginação e pensar numa boa cadeira – cada vez mais existem cadeira ergonómicas com um design apelativo – e uma secretária que, estando num lugar comum da casa, pode ser a mesa antiga com uma história familiar, o pechiché que foi restaurado ou a escrivaninha da nossa infância.

Arq. Nuno Rebelo na @NRa

*este texto não foi escrito segundo o acordo ortográfico por vontade do autor

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Nuno Rebelo é arquitecto desde 2002. Nascido em Braga, Portugal, desde cedo a aptidão para o desenho e os temas da Arte o fizeram interessar pelo gosto estético. Como arquitecto, formado no Porto, elaborou diferentes projectos para espaços distintos, desde a concepção e da ideia até ao mais ínfimo detalhe do mobiliário. O gosto particular pelo vernacular e pelas culturas contemporâneas, permitem-no elaborar projectos de carácter intimista, sereno e de um detalhe intemporal.
À parte da vertente técnica da Arquitectura, a aptidão para o desenho livre e para o desenho digital, ajudam-no a desenvolver ideias novas, a criar imagens próprias, que muitas vezes se materializam em espaços cuidados, com um cunho pessoal, mas cuja relação com o utilizador final é sempre valorizada. Teve trabalhos de desenhos expostos ao público por diversas ocasiões e já leccionou aulas de desenho de rua. Actualmente numa jornada na Arábia Saudita, o seu projectos já se localizam desde Portugal a Moçambique, Angola, França, Suíça, Holanda, Caraíbas e Suriname. Sempre numa relação descontraída com as artes, Nuno Rebelo bebe da música e da fotografia os seus elementos para um novo passo.