Terraços urbanos – Crónica Nuno Rebelo #016

Quem vive na cidade sabe da dificuldade em ter o seu próprio espaço exterior. Felizmente a ideia de marquise já vai longe e agora as pessoas gostam mesmo é de usufruir do ar livre nem que tenham uma pequena varanda apenas.
A opção de tratar da varanda ou terraço de forma digna estabeleceu-se nos últimos tempos Seja com mobiliário de exterior, plantas aromáticas, um pequeno jardim vertical, entre outras inúmeras sugestões.


O mobiliário de exterior deve ser específico para esse fim, caso contrário os materiais degradam-se rapidamente. Sejam metais ou madeiras, as peças devem ser designadas para esse fim. O mesmo se passa com os tecidos. Há tecidos que são especificamente desenvolvidos para exterior, mantendo as cores por muito mais tempo.
Regra geral, as pessoas gostam de ter umas cadeiras lounge ou espreguiçadeiras, mesa de apoio. Muito em voga nos últimos tempos tem sido a instalação de jardins verticais, produto de do it yourself (faça você mesmo) em que paredes são revestidas com pequenas caixinhas de terra vegetal e se desenvolvem aí pequenas plantas aromáticas como cidreira, oregãos, rosmaninho, cebolinho ou hortelã. O precioso cheiro será uma constante a integrar na decoração do espaço.
No caso de o espaço precisar de alguma privacidade para a rua, não devem ser cometidos os erros do passado, com super-estruturas metálicas e vidros. Existem inúmeras soluções como vasos altos para plantas que fazem efeito biombo; a opção do vidro deve ter em conta a leveza da estrutura, com vidros simples e sem aros; um toldo mecânico que possa ser regulado para controlo da luz.
No caso do pavimento, se o material existente não for interessante, pode-se sempre instalar um deck de madeira para que o espaço fique mais confortável. Existem inúmeras opções, muitas delas já ready made em espaços comerciais, com peças de encaixe simples.

Nuno Rebelo é arquitecto desde 2002. Nascido em Braga, Portugal, desde cedo a aptidão para o desenho e os temas da Arte o fizeram interessar pelo gosto estético. Como arquitecto, formado no Porto, elaborou diferentes projectos para espaços distintos, desde a concepção e da ideia até ao mais ínfimo detalhe do mobiliário. O gosto particular pelo vernacular e pelas culturas contemporâneas, permitem-no elaborar projectos de carácter intimista, sereno e de um detalhe intemporal.
À parte da vertente técnica da Arquitectura, a aptidão para o desenho livre e para o desenho digital, ajudam-no a desenvolver ideias novas, a criar imagens próprias, que muitas vezes se materializam em espaços cuidados, com um cunho pessoal, mas cuja relação com o utilizador final é sempre valorizada. Teve trabalhos de desenhos expostos ao público por diversas ocasiões e já leccionou aulas de desenho de rua. Actualmente numa jornada na Arábia Saudita, o seu projectos já se localizam desde Portugal a Moçambique, Angola, França, Suíça, Holanda, Caraíbas e Suriname. Sempre numa relação descontraída com as artes, Nuno Rebelo bebe da música e da fotografia os seus elementos para um novo passo.
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