A opção minimalista, desprovida de ornamentação, nem sempre está desassociada da tradição funcional do espaço. A estética minimal resume-se a compor um espaço através das formas puras, sem que para isso o projectista não esmiúce o desenho e a perícia conceptual. É exactamente no conceito puro de utilização que o designer assenta a sua base projectual.
Podemos classificar um espaço de minimalista quando este está desprovido de questões estéticas formais (ornamentação estrutural e arquitectónica, paleta de cores diversa, excesso de informação) e apenas vemos o conceito puro de utilização, sem nuances ou reticências que não as funcionais de base.
Alguns arquitectos conseguem mesmo fazer de um espaço tradicional um espaço minimalista, limpando o excesso de informação, o mobiliário decorativo, a ornamentação de tectos, questões formais dos materiais, etc., cingindo-se apenas a uma estética fotográfica e cénica para garantir a beleza do espaço.
Subjacente a um bom espaço minimal está a técnica e o desenho de pormenorização da construção. Muitos pormenores estão aparentemente invisíveis, sendo este o truque para que o mesmo objecto simples, desprovido de formas exuberantes, cores ou texturas complexas, possa funcionar tão bem.
Arquitectos contemporâneos como John Pawson, Toyo Ito, Aires Mateus ou Siza Vieira conseguem em poucas linhas dizer muita coisa de um espaço através da essência formal, da qualidade da luz ou do pormenor construtivo.
As primeiras imagens que a arquitectura minimalista nos sugere referem planos brancos, rectangulares, com alguns elementos estruturais em bruto, madeiras puras sem grandes tratamentos, caixilharias amplas e janelas expandidas nas fachadas, permitindo quase sempre uma luz muito límpida e uma serenidade espacial.
Arq. Nuno Rebelo na @NRa
*este texto não foi escrito segundo o acordo ortográfico por vontade do autor
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